sábado, 26 de junho de 2010

Esporadicamente verdadeiro

Ao passar da vida percebi,
Que por toda ela tudo que eu vivi,
Foram apenas encontros de olhares,
Porém nunca os olhares fixos
Um ao outro.

Percebi que demorei muito,
Pra encontrar abraços
de verdadeira saudade,
E que por muito tempo foram apenas,
Tapinhas nas costas.

Viver o intenso tem seus preços,
O intenso dura pouco,
Por mais verdadeira que seja
a sensação da verdadeira intensidade,
De eterno esses momentos só se tem
a memória.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Anagrama

Não consisto nem desisto,
Sobrevivo do ordinário,
Que embeleza a própria falta de valor,
Medo de punição não tenho,
Mas o mais singelo dos sorrisos
Me assusta,
Talvez a vida fosse mais fácil,
Se fosse o contrário.

Meus olhos secam
Diante o calor de inexplicável luz,
Que por mais que à nada ilumine,
Nunca apaga,
No fim das contas acabarei cego
Pela escuridão que ela me proporciona.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Cold skin under the noon sun

Decifra-me ou devoro-te,
O que derruba as pernas de um homem
Em qualquer estágio de tua vida?
Não escape da resposta,
Não finja que sua fraqueza não existe,
Afinal a diferença entre fraqueza e força,
E o que você admite,
E o que você finge não existir,
Não minta pois, pra você mesmo,
Ou eu devoro-te também.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Lógos

É meio-dia e o sol escalda,
Sem dó qualquer ou piedade,
Escalda como se fosse o último
Dos momentos de seu brilho,
E nós, como reverência à sua maestria,
Derretemos e viramos um mar,
De desumanidade.
Por outras vias, pense comigo,
Antes um mar de desumanidade,
do que a própria desumanidade em si?
Lucro ou não, não cabe à mim dizer,
Pergunte aos filósofos...

É época da colheita,
E logo mais chegam os festivais de Baco,
E que sejam doces e embriagáveis, seus vinhos,
e que o suor no nosso rosto cheire à sexo,
E não à fogo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Contemple

Eu não sei o que espero,
Ou se espero, ou deixo,
Para a vida do jeito que está,
Mal sei do que sou,
Mal sei quem está do lado de cá,
Não tenho escolha outra pois
Senão, arriscar,
Meu tiros não são certeiros,
Minha pontaria é tão boa quanto
O que eu vos tenho à falar,
E o que eu falo minha querida,
Não é o que vai mudar,
Cabe à você adivinhar.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Primeiro

Que de poesia e música
Seja feito todo pai que embala
Seus filhos doces e cruéis,
Cruéis como o fogo que devasta,
Doces como o fogo que aquece.

sábado, 12 de junho de 2010

Just one more night

Desperto, o gosto é ruim,
O alcóol pesa como pedra
dentro da minha cabeça.
Digo que dane-se, levanto e sigo adiante,
Dinheiro não tenho algum.

A maturidade não rege quem se alcooliza
O alcóol é só uma ilusão de diversão,
Porém, mesmo assim,
É mais fácil fugir por dentre seus goles,
Me engano, me engano, e não me canso de
Me enganar.

Tudo está embaralhado,
Como se já não bastasse eu ser complicado
Ainda tenho que dar por sorte, nas cartas,
Entre seus Áses e Reis de terra nenhuma.

Chega de transformar bebida em versos.