segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Between Ego & Love

Eu estou desprotegido
Por que meu ego foi derrotado
Avassalado, pisoteado
Por um simples sorriso
Que irradiava uma felicidade
impossível de traduzir
E que desmascarou então esse meu mundo
fantasiado de cinza

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Eu queria que as minhas palavras
Fossem tão expressivas quanto a melodia de uma música
Canções não falam pensamentos, traduzem sentimentos
E emoção uma vez empregnada eternizada, nos deleitos da memória
Torna-se na eternizada

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Beating faster

O pior dos sentimentos
Não é o que mata e nem o que destrói
Não é o que ilude
É aquele que fica entalado na boca
Um sentimento que é maior do que a palavra
E já que eu não posso falar o sentimento
Então o máximo que posso fazer
É falar sobre ele

Eu não sei sobre o que se trata
Se é da minha cabeça, ou se veio puro do coração
Sei que posso empregá-lo no olhar
Quando eu fito você firmamente
Ou quando eu perco a coragem de encarar
Sei que é sobre você
Seja o que for

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

D.D.

Eu conheci a beleza da eternidade
Uma beleza que esteve perdida na memória
E que ninguém mais irá lembrar

Não é preciso ver nem se recordar
Pra enchergar a ternura do que se foi esquecido
Por que, ternura por ternura, sempre existirá

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A minha taça é o prisma da lua

A noite já está chegando
Eu procuro o saca rolha
E deixo ele ao lado da garrafa
Esperando a noite chegar
Pra esconder esse meu vício

Com o quarto todo fechado
Eu sou só da garrafa cheia, e de mais ninguém
E das tantas que eu já pertenci e esvaziei
Nenhuma me embriagou mais
Do que aquela que não pude provar

E eu vou buscando essa embriaguez denovo
Me entregando nessas paixões alcóolatras
De vinhos, drinks e coqueteis
Em busca daquela garrafa de amor
Que me fez cambalear em linha reta

domingo, 15 de novembro de 2009

Velha História

É triste. É muito triste quando você precisa amargurar sua alma mesmo que por uma bobeira, uma idiotice completa, pra poder escrever.
Sempre acontece quando eu vejo o que eu não deveria. Minha curiosidade se desperta, eu vou aprofundando cada vez mais dentro da pessoa - e então a gente descobre aquele pequeno detalhe que fode tudo. Eu não vou culpar ninguém. Se tem algum culpado sou eu por querer me meter nisso.
Eu não fui feito pra agir pela emoção. Eu sempre me fodo assim, fico idiota, as palavras fogem da minha cabeça, minha criatividade murxa e eu fico totalmente alienado. Queria ser feito só de razão. Só. Sempre precisar de mais nada, que se dane o sentimentalismo.
Eu queria ser mais frio. Não queria me entregar tanto à alguma coisa, queria ser mais voltado pra o que realmente importa.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

The Sun is Rising

Eu descobri que eu sou um nada. Estava aqui encucado com as minhas histórias, com as minhas desilusões e paixões e dei uma breve lida num texto de um blog de uma amiga. E eu notei que era totalmente subjetivo e não tive nenhuma idéia sobre o que se referia já que pelo menos pra mim parecia estar tudo bem na vida dela. Malz algo também estava dando errado. Assim como estava dando errado para mim também.
Todos os dias as coisas dão errado pra bilhões de pessoas e todo dia elas passam despercebidas pra mim.
Bilhões. Simultaneamente.
E eu estou aqui, reclamando que não tenho o que ou quem quero, enquanto muitos outros passam pelo mesmo.

Já cansei de passar meus dias sonhando. É hora de acordar.

sábado, 7 de novembro de 2009

Juramento

Eu descobri que desta vida não existe vilões, existem sim aqueles que interesses que não correspondem aos seus (ou que muitas vezes, são os mesmos). E que não necessariamente que essas pessoas não sejam confiáveis, mas que elas não podem permanecer interrompendo seu caminho.

E é assim que será a partir de agora.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Deadvaluesland

Estou aqui rapaz
Cantando o meu desencanto
De um terra encantada
Valor não há em algum canto
Meus pêsames à está terra
Em tantos versos, cantada

Pobres habitantes dessa terra
Onde o sentimento não habita mais
Nem a terra nem seus corações
E enquanto saem por ai atrás
De um lugar pra habitar
Existem tantas vagas
Dentro de si mesmos

Our Credo

Será que agora é errado
Eu pedir uma fagulha
Da sua atenção?
Minha garganta está rasgando
enquanto sussurro em seus ouvidos!
Minha voz está se perdendo
E as palavras estou esquecendo
Todos aqueles versos que escrevi e decorei
Na sua memória estão se perdendo

Será que é demais você acreditar
Que eu só tento viver o verdadeiro?
Que eu não me iludo com o prazer e com o ciúmes
E que eu não vou abandonar a minha crença
Custe o que custar

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Minha caixinha de sentimentos

Um sonho, um beijo, um desejo
Eu desperto, me desfaço e desapego
Do que eu já tive, tenho ou pretendo ter
Pra ter quem sabe o amor
Ao menos então, seu doce sabor
Que entrelaça os outros sabores da minha boca

Eu abandonei sim, promessas e pactos
Sangue e lágrimas derramados no trajeto
Mas nada importa, se o desejo não é fato
Me despeço sem ninguém para abraçar
Eu quero encontrar denovo o meu amor
Seja ao próximo
Ou seja o próprio.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Como se eu não aprendesse

Eu queria poder escrever
Mais de mil sonetos
e distribuí-los pelo mundo
Como se algo fosse acontecer
Como se algo fosse mudar

Eu queria um amor verdadeiro
Para eu poder cantar
E vive-lo, intensamente
Como se nunca fosse morrer
Como se nunca fosse mudar

Mas é algo que não posso
Que me fora proibido
E que se pudesse, cairia de prantos
Como se a tudo eu devesse temer
Como se eu nunca devesse chorar

sábado, 10 de outubro de 2009


Uma das minhas Devianations preferidas. Muito foda.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Global entendimento
Rimos, choramos, e vivemos
As mesmas coisas
Padronizadas e distribuídas
Mastigadas e regojitadas
Quem dirá a graça de algo, senão o resto do mundo?
Ouça os outros, adapte-se e faça parte disso tudo

Siga, boiada! Não parem ao som do berrante
Os açougueiros mal podem esperar
E depois, sua carne pigando em puro sangue
Só servirá para a outros bois alimentar

Cresça, procrie e morra
A produção não pode parar

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Enquanto eu ainda não sou Designer Digital

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Antes que a vida acabe

Não vou dizer que estou cansado
Por que cansados todos nós estamos
Não quero ensiná-los uma lição de vida
Por que também estou aprendendo
Não pretendo criticar a sociedade
Por que eu sou tão podre quanto ela
Não quero apenas soltar palavras por aí
Mas tudo isso acaba sendo inevitável

Estou aqui meus senhores, erguendo
Erguendo no meu mastro
A bandeira da minha incoerência
Que me faz achar que sou tão sábio pra ensinar
Quanto inteligente pra ser superior
A vida não é tão bela como dizem por aí
Nem é tão mórbida quantos os pessimistas pregam
Ela é apenas uma questão de bom senso e um pouco de sorte


sábado, 19 de setembro de 2009

Fuga elétrica da cidade

Não sou do rolê, do bang, nem do bar
Sou de outro lugar, mas não sei onde fica
Nem aonde vai ficar
Não tenho vícios e nem prático a bondade
Não daria minha vida por nada
Mas também tenho os meus ideais
Sem perder aquele amargo toque de realidade
Tenho passado cada dia como se fosse o primeiro
E vivo na importância de qualquer outro, rotineiro
Já me esqueci como é o doce sabor da sinestia
E meus erros já cairam em anistia
Por mais errados que pudessem estar...


quinta-feira, 17 de setembro de 2009

September Seventeen

Hoje não tem
festa pra embebedar
rolê pra se divertir
um céu bonito pra admirar

Hoje não tem
pastéis de Belém no Habibs
Strogonoff no almoço
E nenhum acontecimento importante pra se lembrar

Hoje não tem
Dinheiro no chão para achar
Problemas pra se enfrentar
Um novo rosto pra se apaixonar

Hoje não tem, mas eu insisto em acordar.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Falta de equilíbrio

Esse meu Yang
Anda sentindo falta daquele velho Yin
Yin que sonha
Cheio de ideais
Pra não ser um Yin qualquer

Apaixonantes esses Yin revoltados
Que entoam aqueles velhos gritos que eu já tinha esquecido
Que sabem o que querem
E que querem o que não sabem

Ser Yang tem sido tão sem graça
(Meus amigos taoístas entenderiam hahahah)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Venha cá e me dê um abraço

Depositando
confianças
sentimentos
e esperanças
Em amigos
que vão e que passam
e que talvez fiquem
na memória
Mas, conhecer é nada mais que quebrar
expectativas
e esperanças

Não podemos exigir
que os nossos sentimentos sejam iguais
Oh! Expectativas tão banais
Que a própria experiência o prova que o são

O futuro que parece inimaginável
Todos os dias sempre o fora
E por mais que o temesse e infeliz parecesse
Eu o vivo! E tão feliz quanto poderia ser

A maldição é daqueles que se entregam
Pois eles pertencem aos outros
E ninguém pertence a eles
E já que o futuro a gente não sabe
Venha cá, e me dê um abraço.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Dia Tímido

Acordei hoje
Sem saber o que comemorar
Sem saber como me guiar
Querendo algo para culpar
Com vontade de chorar
Cheguei, e sorri
Abracei amigos de verdade e amigos oportunos
Comemoraram, ruborizei
Minha natureza fechada que sempre me causa rubor!
Eu não sei bem lidar com esses dias
Dias, que até mesmo eu, me faço tímido!
Que muitas vezes não faço esforço pra comemorar!
Com um incrível receio da minha própria pretensão!
Mais um ano se passa, e um ano mais velho, então.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Sociedade Hipocondríaca

Medo de pisar no chão.
Medo de cortar a mão.
Medo de levar um choque.
Medo de quebrar o pescoço.
Medo de morrer afogado.
Medo de se declarar.
Medo do que os outros pensam.
Medo de amar.
Medo de não ser amado.
Medo de não ser o bastante.
Medo de uma tristeza constante.
Medo quem sabe, do próprio medo?
Medo de aprender.
Medo de conviver.
Tanto tanto medo
Corre corre corre
O medo não te deixa viver.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

As várias faces de um cordeiro, IX

A manhã chegara. Não titubeei em me levantar tão rápido quanto pude. As crianças compartilharam uma metade de pão comigo, comi logo que pude. Levantei-me e parti para aquela mata onde haviamos nos encontrado aquela vez, na esperança de que lá estivesse.
O caminho da ponte onde eu estava morando com aquelas crianças até a mata era longo. Quando percorria por ele, sempre observava com olhos curiosos todas aqueles clarões e alegorias que a cidade expunha. E reparando com mais atenção, percebi que tudo estava muito mais agitado do que deveria, mas não me importei muito e segui.
Quando cheguei no subúrbio que era o último lugar a passar antes de chegar na floresta, a agitação tornou-se mais intensa. Pessoas correndo e fugindo de homens com seus quepes pretos, disparando com suas engenhocas de desfazer a vida, na direção daqueles que corriam. Tentei me abrigar. Foi quando eu o vi.
Aquele homem que me assustara tanto naquela prisão reaparecia. Com seu quepe que aquela vez estava na sua mão. A minha cabeça não tomou outra decisão senão correr. Foi quando abrindo um sorriso ele disparou contra mim. Parecia que daquela vez seu dedo estava atrofiado pelo pavor da explosão, e que ele só sentiu-se aliviado assim.
O ombro esquerdo fisga. Eu sinto um pedaço de metal quente dentro de mim, e o meu sangue tão quente quanto, pulsa para fora. Tudo estava fechado, as pessoas tinham medo de todo aquele Caos que reinava lá fora. Mas um armazém todo acabado que parecia ser o começo daquilo tudo estava aberto ainda. Decidi me esconder por lá.

Eu fitei o sangue pulsar do meu corpo. E as lágrimas escorreram, e não era por dor. Era por ódio. Um ódio tão denso, quente e vermelho quanto o meu sangue. E quanto mais o sangue escorria, mais o meu ódio latejava. Escutei passos adentrando o armazém, duros, com seu toc toc querendo se abafar, como se a paciência do andar fosse disfarçar. Encontrei então, uma barra de ferro e me escondi.

"Apareça, marginalzinho! Não existem heróis para te salvarem agora! Você sabe que não adianta se esconder, você sempre foi impotente!"

Permaneci quieto. Esperei como uma cobra espera sua presa, e quando ele surgiu na minha vista eu não vi mais nada.

Eu só enxerguei depois, o corpo dele com a cabeça em pedaços e sangue, muito sangue.

E depois disso, por mais que o medo existisse ele se tornou irrelevante.

domingo, 9 de agosto de 2009

Uma conversa entre amigos, VIII

Eu tentava dormir e a cabeça não cessava. Sophie era mais forte do que o meu sono. Eu não conseguia decifrar aquela sensação pérpetua que queria me manter ao lado dela. Era incrível como os traços do seu rosto eram viciantes de se recordar. Foi então que me levantei, andei um pouco e parei diante uma poça d'água. Eu via meu reflexo tremular entre suas ondas, e me sentia inseguro. Pois a queria para mim, e sabia que queria o que não poderia ter. Percebi então que definitivamente não dormiria essa noite.
E a minha cabeça ficou tão confusa quanto as ruas daquela cidade. Tanta coisa passava por ela ao mesmo tempo, esbarrando, mudando a trajetória do pensamento, perdendo o rumo da razão. E nesse bate bate empurra empurra, me lembrei daquele dia. A primeira coisa que me recordei foi a cegueira, a segunda foi aquele sufocante cheiro de fumaça. E a terceira, simplesmente apareceu do meu lado.
Entrei em choque. Estava ali, aquele homem, com uma cigarrete de tabaco mascado, sorridente, sujo de pó. Ele aproximou-se mais, deu um daqueles tapas nas costas de velho amigo, e sentou-se do meu lado. Então ele me indagou - E então menino, o que achou da vida real? - e respondendo com toda indignação - Eu achei confusa e ilógica. As pessoas são orgulhosas e esdrúxulas com seus olhares sentenciadores e tendenciosos. Tem tanto pudor quanto são vulgares, e ainda fazem da violência tanto física como psicológica a sua melhor forma de persuasão.

Ele riu. Suspirou um Ahhh bem profundo, e disse - Você já aprendeu muito inclusive para quem acabou de sair de uma prisão. Mas se não se sente feliz, à 2 quarteirões daqui estão alguns daqueles homens que te tratavam com carinho. Garanto que se você se entregar eles serão benevolentes. - quase engasgando com suas próprias gargalhadas.
Foi quando a razão se norteu e me fez dizer:
- Com toda certeza que eu tenho, não.

Então levantando-se, ele bagunçou o meu cabelo, e insinuou - Você já mordeu o fruto, pequeno Adão.

E quando olhei pra lá ele não estava mais lá.
Então eu parei pra pensar, e notei que aquele homem na verdade não poderia passar tanto tempo preocupado só comigo. Ele tinha seus objetivos e desejos, seja lá quem for.
Eu tinha conversado com a minha consciência.


E ela realmente me fez notar o que eu demorei tanto pra perceber.


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Peccato, VII

Estavamos nós ali, perante aquelas cores e odores. Eu, ela, e a bicicleta. Mas de primeiro momento, interessei-me repentinamente por aquele caderno onde ela anotava as coisas tão compenetradamente. - Nele eu posso escrever sobre meus ideais pra que eu nunca caia na rotina, mesmo impedida de fazer o que quero - Disse ela, sobre o caderno.
E me falava com a boca cheia de vigor sobre seus ideais de liberdade e igualdade, sobre sua sociedade ideal e perfeita, sobre uma utopia que pairava sobre seus sonhos, sendo até utópica demais para os próprios sonhos. E aquilo transpassava meu coração como se eu tivesse cansado de ouvir sobre isso, e por mais cansado que talvez eu estivesse, menos sentido fazia já que foi a primeira pessoa que me falava sobre o assunto. Talvez após ver o jeito como as pessoas exercem sua presença na sociedade eu tenha perdido qualquer chance de desenvolver uma utopia no meu coração. E talvez mesmo cansando-me, sejam suas utopias que mais tenham me atraído.
Após muito conversarmos sobre tudo, ela decidiu perguntar meu nome. E eu me sentia na obrigação de respondê-la. Envergonhado, abaixei-meu rosto ruborizado - Não tenho, ou não me deram. - E ela, com o mais sereno de seus sorrisos - Ótimo, assim sendo me dá liberdade para escolher-le um.

Estavamos debaixo de uma macieira, e com toda sua naturalidade ela levantou e colheu uma, me dizendo:
- Teu rosto está vermelho, como está maçã, símbolo do pecado. Te chamarei de Peccato.


Peccato.
Esse nome ecoou na minha cabeça como se fosse uma engrenagem que faltava pra um grande relógio.

Ela sentou, e falou que só nos envergonhamos quando cometemos algo de errado, e que por isso ela teria escolhido esse nome. E de certa forma eu me sentia mal mesmo, não me sentia bem quando pensava que estava atraído por ela, ela era demais pra um cara que até à pouco não tinha vestes nem nome. E então, recolhendo seus pertences, e sentando em sua bicicleta ela disse - Peccato, estou indo embora. Qualquer dia, nos vemos por aí. Costumo vir sempre aqui. - e antes que partisse - Me deu um nome mas não me disse o seu!


- Meu nome é Sophie.

terça-feira, 28 de julho de 2009

A primeira sinfonia da floresta, VI.

Era um novo dia. Tinha eu, adormecido ao lado daquelas crianças. Me parecia um lugar tão, mas tão confortável, confortável para alma. Elas ainda foram muito boas para comigo, e compartilharam algumas vestes que lhe eram grandes. Já não me encontrava parcialmente nú.
Apesar daquilo tudo eu não poderia parar por ali. Então resolvi conhecer mais a cidade. Por ela toda haviam placas de produtos à venda, por três, seis, ou até doze vezes sem juros. Carros, perfumes, roupas, viagens, apartamentos, jóias. Afastando-me mais do centro da cidade, vi pessoas se agredirem, vi pessoas se venderem, as vi se desesperarem. Vi pessoas se acusarem como se todas fossem juízes e assassinos, ao mesmo tempo. O asfalto já não cobria mais a rua e as pessoas já não se intrigavam mais comigo. Me questionei se era por que agora eu estava com o corpo mais coberto, mas não me importei. Aquele lugar não me apavorava mas também não me atraia. Não era o que eu queria.
Encontrei uma estrada. Segui por ela, e quanto mais andava mais ela se estreitava e mais verde havia para me cercar. Quando percebi, estava subindo um monte. Aquele lugar parecia uma obra de arte que circulava você. O Sol, entrando pelo alto das árvores e antigindo cada flor, cada folha, iluminava tudo intensamente, como se a própria vegetação brilhasse. O vento, hora violento, hora sereno, criava uma ópera nos assobios dos vãos entre as copas e seus galhos. Harmonia que o ser humano perdeu o dom de reproduzir.
Subi, subi, e subi, e no final de tudo encontrei uma bicicleta. Avancei, na procura de um dono para a mesma. Encontrei, por fim, uma menina numa clareira.
Seu corpo era curvilíneo e sensual, e mais sensual ainda era discrição com qual ela se mantinha, sem exibí-lo vulgarmente. E para o contraste, seu rosto era delicado e sereno, com um ar de inocência indescritível. Mantinha-se compenetrada, em seu caderno, anotando num movimento doce de círculos e retas, num vai-e-vem com a sua mão e uma caneta. Observei, pasmado, eu estranhamente reconhecia o seu rosto. Após poucos minutos observando-a, ela notou minha presença. Mas não se assustou.
E falou com uma segurança que parecia abafar a minha própria:
- Deseja algo, garoto?
- N-Não, estou apenas conhecendo esses lados da cidade.
Então ela me observou bem, parecendo dissecar a minha própria alma, e disse - Você não parece ser perigoso. Então por quê permanecia observando? - fechou o caderno, e pousou-o no seu colo. Não tive coragem de responder. Era tudo harmonicamente bem feito, bem encaixado, e funcional, e eu não conseguia entrar em harmonia. E olhando ela permanecia, sem nenhum ar de desprezo ou de raiva. Isso, era o fator que causava medo.
- Vamos, eu não posso adivinhar o que se passa na tua cabeça. - e sorria serenamente.


Deixe-me levar. Respirei fundo e deixei os assobios do vento ecoarem dentro de mim. Tomei coragem, e finalmente respondi - Me espantei, com a presença de alguém aqui. Ainda mais quando vi uma senhorita como você. Ainda mais que presumi que não deveria ter ninguém por cantos como esse. - Ela riu, balançou a cabeça e olhou para mim. Convidou-me para fazê-la companhia. E eu aceitei.

sábado, 18 de julho de 2009

O pior dos monstros, V.

Eu passava pelas ruas e via as pessoas se espantarem com a minha presença. As crianças, inocentes, que se aproximavam, sempre eram reprimidas à chegar perto pelos seus pais castradores e preocupados em manter a reputação de suas crias. Os pequenos, olhavam como uma réplica, querendo dizer "Por quê, o que há de mal nele?". Sabia muito bem disso, afinal, eu também queria saber. Talvez minha aparência e etiqueta não correspondesse aos bons e velhos hábitos que um garoto da minha idade deveria seguir. Ou, ainda mais, talvez eu fosse disforme e não tivesse percebido até o momento. Mas era tão ruim ser discriminado e marginalizado assim.
Após muito andar sob o brilho das luzes de prédios e placas anunciando diversão enlatada e em série, eu encontrei uma ponte. Calma, sem muito tráfego, abaixo dela havia um canto escuro e aparentemente vazio, apavorante, mas apropriado. Desci com cuidado por um monte de terra, e encontrei um grupo de crianças também mal trajadas e sujas. Não me aproximei, decidi ficar no meu lugar e descansar por que a noite já chegara. Mas elas à fizeram, eram em torno de oito, e formaram uma roda ao meu redor. Curiosas, perguntavam de onde vim, para onde eu iria, por que estava ali. Não havia outra resposta senão "não sei".
Essas crianças eram tão puras e inocentes quanto as outras bem trajadas e castradas. Mas elas tiveram impostas sua liberdade e foram marginalizadas, como eu. Mas elas simplesmente não se importavam, aquilo tudo parecia não atingí-las. Era como se a inocência fosse um casulo que enquanto você não conhece as coisas do mundo você é protegido delas. Mas eu, já conhecia o desprezo, a raiva, o medo.


E parecia que a inocência já decidira não me proteger mais...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Olhem para mim, IV

Estava acordando e minha visão ainda estava meio embaçada, sentei-me, esfreguei os olhos, e vi um homem parado na minha frente. Olhava com ar de terror. Como se eu tivesse tirado tudo dele.
Perguntei à ele então - Que lugar é esse, e que placas são essas? - ele então suspirou e falando como se fosse óbvio - Aqui é o lugar onde as pessoas repousam até degradarem, rapaz, e aquelas placas guardam os nomes dos infelizes que já descansam. - Desde então ele pareceu mais relaxado. Ele virou e seguiu em direção à um cásebre mal-feito, mastigando uns pedaços de erva e guardando eles num papel.
Era com certeza um pouco dramático olhar para eles. Parados ali, sem ter escolha do que fazer. O pior de estar ali, era perder a vontade. E eles, tinham-na perdido.
No meio daquilo tudo tinha uma árvore. Viçosa, parecia que ela era intacta ao resto do mundo e às suas explosões. Então, olhei bem ao redor dela, e vários frutos podres ao seu redor, e outros no auge do sabor pendurados nos seus galhos. Parecia que ninguém os saboreava, e eles simplesmente caiam no chão e apodreciam. Então eu subi nela, com muito esforço já que eu não tinha força nenhuma, e colhi alguns deles, e comi como quem nunca tinha feito uma refeição na vida, sentando na raiz da árvore. E as pessoas que visitavam aquele recinto me olhavam umas com cara de terror, outras de piedade, e umas que eram todas empiriquetadas me olhavam até com cara de desprezo. Ignorei, e terminei de comê-las. Afinal, as frutas que iam cair sem que ninguém saboreasse, iam ser essas pessoas mesmo. Iam perder o ânimo de viver, e ficar num pedaço de chão qualquer às margens da sociedade.

E pensar que até ali, eu só tinha conhecido as margens da sociedade.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O último ato de coadjuvante, III

Subi na copa de uma árvore então, próxima a onde aconteceria as explosões de fumaça que tiravam os presos de sua paz. E eu observava cada um, feliz correndo para um mundo onde por mais que sua paz estivesse em risco, ele teria livre arbítrio. Mas, eles não pareciam se importar. De longe, aquele homem olhou para mim e sorriu. E me pareceu que eu não tive um motivo para sorrir por toda a minha vida.
Me senti mal, caminhei por alguns metros e encontrei uma rua que parecia abandonada. Nela haviam algumas casas destruídas, e mais ao final, um grande muro, com um imenso portão e uma cruz branca em cima.
Ao entrar lá, eu via várias placas, umas com nomes de pessoas e datas, outras com apenas datas e indicando "Indigente", ou "Natimorto". De certa forma, aquele lugar era mórbido e pacifíco. Tinha um ar de berço que acolhe sem diferenciar ninguém. Num canto onde havia placa nenhuma, próxima a uma àrvore verde que ali brotava, repousei. Dormi como quem espera por algum tempo de sono à dias.

E então eu sonhei. Sonhei que tinha uma moça que me abraçava, e que falava gentilmente aos meus ouvidos. E que ela era tão sorridente de um jeito que sua felicidade aquecia a alma só de olhar. Enquanto isso, seus olhos eram fulminantes e causavam as mais diversas vontades no meu corpo.

Acordei desesperado.
Era dia. E eu nem vi a noite chegar.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Conte-me sobre as pessoas, II

Porém, apesar da luz não cegar-me mais, ela ainda era incompreensível aos meus olhos. Um brilho que queima de tão intenso pairando no alto junto com uma meia dúzia de coisas disformes tão pálidas quanto minha pele inocente. Algumas delas começaram a escurecer como se minha presença ali as ofendessem. Um vento forte soprava, e eu com a apenas uma camisa que cobria até a altura das coxas toda encardida. Eu nunca reparava nessa imundisse minha. Dentro do nosso quarto era escuro demais para que eu pudesse notar qualquer coisa, e quando eu saia para visitar o resto do prédio de tão feliz que eu ficava, os olhos se tornavam incapazes de focar em mim mesmo. E o ventro soprava. E por mais que aquilo no alto ainda brilhasse, eu sentia frio. E então, aqueles seres enfurecidos do céu desabaram em prantos. Caia no meu rosto e tudo escorria como se fossem minhas lágrimas. Não eram minhas, mas eu me sentia verdadeiramente triste.
A primeira coisa que me ocorreu, foi que eu sentia falta daquela lugar aconchegante que eu vivi por sei lá quantos anos. Uma paz tão grande, eu não tinha preocupações, tinha moradia, comida, e o meu feliz entretenimento. Não tinha aqueles bons homens para cuidar de mim, e agora eles que sempre pensaram no meu bem devem sentir raiva por tê-los abandonado. E tudo remetia a culpa de uma só personagem. Olhei para aquele homem que explodira a parede de meu quarto. Fitei ele com horrores que poderia causá-lo na minha cabeça. E ele permanecia sentado encostado à uma árvore. Parecia que ele me olhava não nos olhos, mas por dentro deles.

- A liberdade custou seu comodismo garoto. - Dizia ele.
- Quando eu a quiser, eu te comunico. - Respondi a ele pensando que ele se arrependeria.
- Ok, agora que você a tem você é livre pra decidir voltar.

Aquilo gerou um impacto sobre a minha cabeça. Eu perdi o equilíbrio e cai. Nunca tinha tomado uma decisão antes. Não havia por quê. E então, levantando ele disse:

- Tudo que você escolher, você pagará por isso. Se você acha que é mais fácil viver acorrentado ao pescoço por que não sabe onde ir, ótimo. Agora, deixe-me ir que existem outras pessoas que ainda clamam por ver as cores que não sejam cinzentas.

Ele me abandonou ali. Eu tinha apenas uma veste mal cuidada que não era mais o bastante para me aquecer. Eu não tinha nada à perder. Decidi segui-lo para ver o que ele faria.

Mal sabia eu, que o peso da liberdade era o que nos fazia voar...

terça-feira, 16 de junho de 2009

Uma história que cabe em nós, I.

Desde que eu me lembro eu estive aprisionado - eu ouvia os presos das celas vizinhas sempre reclamarem da podridão daquele lugar, mas de alguma forma, me parecia confortante. Sempre duas vezes um senhor de mãos grandes depositava um prato de comida delicioso por debaixo da porta - as vezes caia alguma sujeira como mofo, nada que eu não pudesse retirar com as mãos; Esse senhor parecia ser muito agradável. Ele sempre vinha berrando para avisar que a comida estava chegando, afinal, quem não levantasse a portinhola ficaria sem. Eu nunca esquecia, afinal, aquele senhor gentil sempre me avisava. Eu não sei o que seria de mim sem ele pra me avisar - Eu sentia muita falta daquele prato delicioso.
Num período de alguns dias, os bons homens que cuidavam de nós costumavam nos liberar para fazermos um passeio pelo prédio. Ah, e como era imenso aquele lugar! Mal sabia eu por onde andar, tanta coisa pra ver! Uma luz brilhante que eu não indentificava evadia o lugar pelas janelas e me cegava - Os bons homens nos colocavam nos nossos quartos escuros para proteger nossos olhos indefesos. E era impressionante ver tanta gente assim! Eu não entendo por quê, mas sempre via os rostos daquela multidão que surgia durante 1 dia apenas... Cheia de rostos tristes. Mal agradecidos! Não sabem como são felizes...

Certo dia, barulhos desconcertantes percorrem todas as celas.

A próxima seria a minha. E finalmente chega a vez.
A parede se rompe. Meus ouvidos começam à zumbir, tão intenso som que não ouço nem os gritos dos pequenos ratos, assustados.

Vejo um homem terrível apontar sobre a fumaça, não podia vê-lo direito apesar de tudo. Um dos bons homens que me cuidavam abre a porta do meu quarto. Desnumbrado, retira o seu quepe e me olha com um olhar que pela primeira vez me assustou. Aos poucos, conforme a luz entra no meu quarto, eu vi o quanto ele era sujo. E tanto pavor e uma só vez, me fez ilógicamente seguir o homem que despontava na fumaça.

Após algum tempo, descansamos. Seu rosto, suado. Eu, cansado. Nunca tinha feito tanto esforço. Era ridículo comparar o meu tamanho ao dele. Foi quando eu descobri que estava todo atrofiado.

Ele me perguntou meu nome. Não soube responder. Eu perguntei o seu. Disse que era irrelevante. Me perguntou se eu tinha algo para ajudar, eu disse que não. Eu fiz a mesma pergunta, e ele respondeu "Eu tenho esperança".

E aquela Luz que invadia pela janela nunca mais me cegou tanto, assim.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Versículos de Você I

A cabeça das pessoas é realmente fascinante. Ela sempre nos dá as soluções que nós insistimos em não enxergar. Eu sou assim. Vocês também. A maioria dos nossos defeitos são auto-solucionáveis, e não é necessário pensar muito pra resolvê-los. Mas exige muita da boa vontade da pessoa em querer mudar, o que o ego muitas vezes impede. Ego acomodado, esse nosso.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Não faz sentido

Sou estúpido
Troco realidade por meros pedaços de ilusão
Sou amargo
Já perdi a confiança nessas coisas que trazem felicidade
Sou egoísta
Olho muito para mim mesmo com um mundo todo afora
Sou insípido
Me preocupo tanto em não ser fútil que eu acabo sendo
Sou intragável
É quase impossível conviver com essas minhas manias

Sou ridículo
Sei que estarei feliz daqui a algum tempo

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Pedido

A força de desejo que arrebata a terra,
Que permanece nesse ego que erra,
E com um simples toque tudo se desfaz,
Minha alma devora com teu jeito voraz.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dê me tempo

Talvez eu só precisasse observar as estações passarem para que meus olhos pudessem repousar suas amarguras.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ressonando

O que falta
Não é nada
Mas de nada em nada
Forma um tudo
Um tudo de um pouco
Um pouco de um muito
Um muito feliz, ou até mesmo um muito triste
E quando faltar
Talvez eu nem venha chorar
Mas vocês saberão quando eu olhar
Que sim, sim, vocês irão me faltar!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Harmonia

E nós não somos tão vítimas assim,
E toda a nossa vida não é tão trágica,
E sempre você busca um estopim,
Até parece que sua vida seria de mágica.

sábado, 16 de maio de 2009

Sol Sustenido

E eu insisto
Nos velhos erros que já haviam passado;
Então me perco
Pois são meus os erros que tem matado;
E você
Tão sorridente no seu canto, inatingível,
E vem o vento
Tornar aquele velho sonho então plausível;

Eu não sei mais me guiar,
Pelas ruas dessa cidade;
Terei de aprender à andar,
Soltaram minhas mão antes da idade;

terça-feira, 5 de maio de 2009

Absoluto

Ah, putrefam, esses seus velhos ideais,
Seus, se tornaram com o tempo, banais,
E você ainda nem sabe direito o que faz,
Tragada pelas memórias que o destino trás,
Continua com o ar de quem não se satifaz,
Talvez não acredite no que o tempo desfaz,
Meus versos não foram feitos para trazer paz.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A amnésia que me faltava

Nada mais faz sentido, e o insano sou eu,
E aos meus olhares os seus temem;
E quando a lua já tiver alcançado apogeu,
Teus olhos temerosos nela não se erguem.

Não á mais sentido em seguir meus passos,
Mas teu coração insiste que te oriento,
Sendo que no final de tudo isso, o que faço
É apenas seguir rente a direção do vento.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Jogue esse eu-lírico pra longe daqui

Você aponta a arma para tua boca,
Mas te falta coragem para disparar;
Porém se tua cabeça tornares oca
Nada terás com que te preocupar.

Vá, faça! A vida pode ser fácil assim
Deixe pela nuca o teu sangue fluir
Liberdade, nada te atormentará enfim
E finalmente sua alma poderá sair

Aqui minha cara permanecerá aos tapas
De uma vida que tanto lhe faz chorar
Mas de que adiantão então suas asas
Se você tem tanto pânico do prazer de voar?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Eterna fuga

As pessoas permanecem chorando,
Por que não consegue me prender;
E são meus lábios que estão entoando
Canções de quem não sabe sofrer.

Essas canções que tanto perturbam,
E que tiram seus sonhos da calma;
Medo tens daqueles que cantam,
Mas querias faze-lo no fundo da alma.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Eu não quero

Eu não quero viver uma vida poética feita de intensidade, feita de palavras bonitas e ser "inexplicável".
Eu não quero comparar a cor dos seus olhos com o brilho das estrelas.
Eu não quero colocar em check tudo o que sou ou meu jeito de ver as coisas por que convém.
Eu não quero fazer do jeito mais fácil se eu julgar errado.
Eu não quero correr atrás de ninguém para ajudar, se a pessoa nem pretende ser ajudada.
Eu não quero ser apenas mais uma pessoa diferente, ou fazer parte dos casuais.
Eu não quero lutar por igualdade se as pessoas não se importam de viver de auxílio.
Eu não quero mudar a sua opinião.
Eu não quero ser dependente de um sentimento.
Eu não quero ser dependente de uma sensação.


Eu não quero iludi-los, meus queridos.

sábado, 18 de abril de 2009

Então

Fui assassinado pelas palavras ,palavras tão minhas quanto de quem as disse. E são elas que me confundem, que insistem em tirar a minha cabeça do lugar, justo agora que eu havia firmado...
O tempo CORRE, e eu não sei o que fazer. Mas tudo bem, isso é a essência da vida, essa dura instabilidade que choca do nada...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Ninhos de pedra

Os pensamentos estão pairando
E a nossa alma, às águas banhar
Essa noite ela sonhou estar voando
E meus olhos puderam vê-la voar

Hoje os contraste estão se amando
Na mais bela das noites de luar
Os nossos sonhos estão caminhando
Porém são eles que nos fazem pecar

Se seus olhos estão me condenando
Sinto muito, aqui eu não posso ficar
Você realmente estava voando
Mas fui eu que lhe dei asas para voar

Por águas geladas eu estive nadando
Mas nem frio me impede de lembrar
De seus rostos pálidos, se congelando
Na comovente solidão daquele mar

E se por ai sozinho eu estiver caminhando
Observe a sombra que pelo caminho deixar
Aos olhos seus o Sol ela estará ocultando
Mas quando eu sumir, comigo desaparecerá

quinta-feira, 2 de abril de 2009

A história que se tornou curta

Todos os seus heróis já cairam,
Aos céus sobraram suas preces.
Ao leito, tu a pequenos entorpece
Pois já todas as esperanças fugiram.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Que dure enquanto for eterno.

Hoje, eu acredito em um mentira
E porém, você nada pode dizer
Depende de mim torná-la verdade
E não haverá nada que possas fazer

Por mais belos que sejam seus dizeres
Por mais serena que seja sua felicidade
Seus olhares, permanecem intensos
E só dependem de mim torná-los verdade.

sábado, 14 de março de 2009

Hoje a bonança alcançou o céu
A lua, dourada, cedeu seu brilho
Nós mortais, cobriu com seu véu
E as canções soltaram o estribrilho

Hoje, tudo haverá de ficar bem
E então, toda felicidade vem
O que importa hoje, é o sorriso.

quarta-feira, 11 de março de 2009

A moldura que me deram

Uma intensidade sem limites dentro de mim
Grita e tudo perde suas antigas formas
Experiência em minha vida nunca foi assim
E tudo vai parar dentro daquele que adorna

Foi só tua perda que me mostro sua importância
Foram só os erros que destruiram a esperança
E você continua atribuindo tamanha relevância
Para palavras ditas a ti sob toda a ganância

Se eu não tivesse traído minha própria confiança

terça-feira, 10 de março de 2009

Ternura

O sol adentra a minha janela
Memórias então expostas
Tudo sobre mim, sobre ela
Talvez tristezas impostas

Passei a noite escutando teus acordes da minha sala
Eram lindas as palavras de teu instrumento que fala

domingo, 8 de março de 2009

Terceiro e sei lá quantos

Tentei, tentei, e tentei.

Mas hoje, as imagens de minha cabeça foram mais fortes que as palavras...

sábado, 7 de março de 2009

Entalhe

Encarnou em mim o teu mais impuro prazer;
O ódio cegou os olhos, tudo deu-se a desfazer;
Mas seus olhos dourados tornaram à dizer
Que se fosse de amargura não valia viver.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Se atravessardes a rua

Eu carrego e carreguarei, lindos sonhos e as mais belas esperanças;
Teus mais sórdidos anceios, encarnados de tuas fortes lembranças;
Vidas feitas de tempestade, no eterno aguardo d'outras temperanças.

Extrai de mim, as cores, o calor;
E fazes de tua vida triste ardor.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Uma fração do que eu devia dizer

Curvas vertigenosas de uma vida avariada.
Me convenci de que um só mundo não vale à pena, quero todos os seus rostos e cores, idiomas e ideais.
Conquistar aqueles belos horizontes, que eu sempre via da sacada da minha casa. Estar neles.
O frio da brisa e o calor humano. Risos dos meus amigos, lembranças de quando mais nada importava. Saudades de que não vemos mais, e expectativas por aqueles que estão por vir.

Mas se não forem por outras galáxias, meu bem... nada importa.