Subi na copa de uma árvore então, próxima a onde aconteceria as explosões de fumaça que tiravam os presos de sua paz. E eu observava cada um, feliz correndo para um mundo onde por mais que sua paz estivesse em risco, ele teria livre arbítrio. Mas, eles não pareciam se importar. De longe, aquele homem olhou para mim e sorriu. E me pareceu que eu não tive um motivo para sorrir por toda a minha vida.
Me senti mal, caminhei por alguns metros e encontrei uma rua que parecia abandonada. Nela haviam algumas casas destruídas, e mais ao final, um grande muro, com um imenso portão e uma cruz branca em cima.
Ao entrar lá, eu via várias placas, umas com nomes de pessoas e datas, outras com apenas datas e indicando "Indigente", ou "Natimorto". De certa forma, aquele lugar era mórbido e pacifíco. Tinha um ar de berço que acolhe sem diferenciar ninguém. Num canto onde havia placa nenhuma, próxima a uma àrvore verde que ali brotava, repousei. Dormi como quem espera por algum tempo de sono à dias.
E então eu sonhei. Sonhei que tinha uma moça que me abraçava, e que falava gentilmente aos meus ouvidos. E que ela era tão sorridente de um jeito que sua felicidade aquecia a alma só de olhar. Enquanto isso, seus olhos eram fulminantes e causavam as mais diversas vontades no meu corpo.
Acordei desesperado.
Era dia. E eu nem vi a noite chegar.
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Um comentário:
Não sei como vim parar aqui. Mas sei que tu escreve bem. :*
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